quarta-feira, 21 de julho de 2010

Consagração feminina: por que pensamos como pensamos?

Postado pelo "Tempos de Deus", Um ministério de Amor.


Pr. Dinelcir(Resposta ao artigo publicado pelo Pr Josué Mello Salgado no O Jornal Batista de 27/06/2010)
Creio que não há nada menos batista que um presidente de uma Convenção utilizar o seu cargo para tentar impor o seu próprio pensamento e, além disso, colocando-se como o referencial maior.
Pois foi exatamente isto que o presidente da CBB, pastor Josué Mello Salgado fez em seu artigo.
Iniciou seus argumentos confinando todos os que defendem ou combatem a consagração feminina ao ministério pastoral a duas, e apenas duas, facções de pensamentos teológicos, rotulando todos de taboritas ou ultraquistas, tendo como base “explicativa” textos da obra Celebração do Indivíduo: A Formação do Pensamento Batista Brasileiro, de Israel Belo de Azevedo. Estabelecido o confinamento e a rotulação, utilizou-os como base para o desenvolvimento do seu raciocínio, procurando estabelecer que todos os que são contrários à consagração feminina são taboritas, ou seja, defendem que tudo aquilo que não esteja expressamente autorizado pela Bíblia deve ser rejeitado e como a Bíblia não autoriza expressamente a consagração de mulheres ao ministério pastoral deve ser rejeitado.
Tendo ainda o seu trabalho de rotulação como base de raciocínio partiu para o desenvolvimento restrito à sua própria rotulação afirmando que os oponentes à consagração feminina utilizam uma “interpretação literalista fundamentada no uso dos artigos definidos masculinos e na ausência de artigos definidos femininos”. Na sua obsessão pelo confinamento e rotulação divaga em suposições a respeito de supostas interpretações que seriam aplicadas pelos que se opõem aos pensamentos dele, de textos como o do sermão do monte, a chamada de Jesus a discípulos para serem pescadores de homens etc.
Aparentemente bem fundamentado o artigo carece profundamente de lógica, já que seus raciocínios se desenvolvem baseados em pressupostos próprios imaginários. Infelizmente esta é uma característica de pessoas que desejam impor seus pensamentos: criam uma lógica falsa. Bela, de desenvolvimento espetacular, porém falsa porque a base estabelecida é falsa.
Infelizmente, ainda na sua ânsia por defender a consagração de mulheres ao ministério pastoral e na sua desastrada atitude de confinamento e rotulação, ostensivamente comparou os que se opõem aos seus pensamentos aos membros da famigerada organização racista norte-americana Ku Klux Klan, argumentando com infantilidade ou maldade que a KKK tentava fundamentar biblicamente a sua posição pessoal preconceituosa. Chegou ao cúmulo de afirmar: “Não creio que a prática hermenêutica dos principais dos sacerdotes e fariseus e da KKK sejam as mais recomendadas para nós batistas brasileiros.”
Ora, fôssemos aceitar tal argumentação teríamos que banir de nosso meio batista toda e qualquer busca de fundamentação bíblica para nossos comportamentos religiosos sob pena de sermos comparados pelos adeptos da teologia liberal com os sacerdotes judeus, fariseus e membros da KKK.
Finalizou seu artigo como todo bom teólogo liberal, deixando a Bíblia de lado e apegando-se ao misticismo, sugerindo que perguntemos em humildade a Deus se devemos ou não aceitar mulheres no ministério pastoral batista. Mas, fica a pergunta: Como Deus responderia? Através de cada um que se diz chamado? Ou através de visões? Ou através de palavras proferidas por xamãs? Tenho convicção de que Deus continuará respondendo aos batistas brasileiros como Jesus respondeu a Satanás por ocasião da tentação: Está escrito.
Pr. Dinelcir de Souza Lima
Pastor da Igreja Batista Memorial de Bangu
Membro da OBBH