O Salmo 119 tem duas características. É o maior capítulo da Bíblia. E cada um dos seus versículos usa um diferente sinônimo para “Escrituras”. No verso 75 ele diz: “Sei, Senhor, que as Tuas ordenanças são justas e que por Tua fidelidade me castigaste”.
Nada pior do que ser punido ou castigado por uma razão injusta. Quando isso acontece, naturalmente nos revoltamos. Não faltam cristãos que, na experiência de uma disciplina severa, se revoltam contra Deus, achando que foram injustiçados. “Justo agora, quando comecei a pagar pela minha casa, perdi meu emprego”. “Terminou a faculdade e recebeu uma ótima proposta: não fez sentido o acidente e a morte do meu filho”.
O Salmista atribui duas qualidades ao processo divino de nos castigar ou disciplinar: a intervenção divina é sempre motivada pela justiça e pela fidelidade. Ao dizer isto, o texto bíblico não extrapola, ordenando-nos a gostar da intensidade da disciplina. Ou até a compreendê-la. Todavia, se de fato aceitarmos a justiça e a fidelidade do Senhor, não nos será difícil aceitar também a motivação do amor. Aliás, é isto mesmo que a Bíblia afirma: “Deus castiga o filho a quem ama”. Disciplina sem amor resulta em desrespeito. Amor sem disciplina resulta em mera paixão. O filho, quando criança, não entende a disciplina. O de que ele realmente precisa é sentir o amor, por detrás dela. Este é o nosso Senhor: amor e fidelidade que castigam.
Pr. Olavo Feijó
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