Postado em: "Tempos de Deus", Um ministério de Amor.
O Divórcio tornou-se uma instituição generalizada em nosso país e cada vez mais praticada entre pessoas que se casam. Há até pessoas que se casam pensando no divórcio, como ouvi certa ocasião de uma jovem que disse: “Vou casar, mas se não der certo, me divorcio.”
Há muitos casamentos que se desfazem na primeira crise e cônjuges acham muito natural a separação, optando por este caminho aparentemente mais fácil, do que pela superação da crise, porque é momentaneamente e visivelmente o caminho mais difícil.
Na sociedade sem Cristo, sem a predominância de pessoas regeneradas por Cristo, isto pode até ser encarado como natural, porquanto não se dá valor algum aos ensinamentos do Senhor Jesus, ou do que Deus estabeleceu para nós, suas criaturas.
No entanto vemos este costume crescendo nas igrejas de Cristo e se tornando tão natural quanto no mundo sem Cristo. Infelizmente está se tornando cada vez mais comum esta prática até mesmo entre pastores que se encantam por outras mulheres, muitas vezes até membros de igrejas, e abandonam suas esposas praticando o divórcio como se fosse uma solução.
Não creio que está prática há de recrudescer, mas creio que pode ser enfraquecida se nos ativermos com sinceridade de coração aos ensinamentos do Senhor Jesus e seus apóstolos a respeito do divórcio.
1. O DIVÓRCIO É PRÁTICA DE PECADO – Mateus 5.31,32; Marcos 10:1-12
Jesus deixou claro que o divórcio não é algo tão simples como pode parecer, nem tão solucionador de problemas como se pretende que seja.
Observe-se o que ele ensina neste texto:
1. O divórcio só é tolerado por causa de pornéia – Pornéia é degradação profunda da prática do sexo. A expressão utilizada por Jesus era utilizada para designar pessoas que se entregavam à prática da prostituição religiosa ou prostituição de um modo geral. Algumas versões a traduzem por “prostituição” e outras por “adultério”, sendo que a segunda tradução não é adequada, pois adultério tem o sentido de algo que é deturpado em sua natureza. Ou seja, a prostituição, a pornéia é um tipo de adultério. Resumindo, Jesus estabeleceu que o divórcio só é tolerado quando um cônjuge se lança na prática deteriorada de atos sexuais.
2. O divórcio conduz ao adultério. A conseqüência do divórcio será sempre o pecado do adultério, porque quando há a separação acontece deterioração do que Deus estabeleceu. Ora, quando há a separação há adultério e quando há nova união há, novamente, adultério, porque há desvirtuamento do que é natural no casamento.
3. O divórcio é manifestação de dureza de coração. Dureza de coração contra o que foi estabelecido por Deus. Jesus deixou claro que o casamento faz com que dois corpos se tornem um só e que o homem não pode separar o que Deus uniu. Qualquer casamento é sempre uma união permanente estabelecida por Deus. Nunca alguém que optou pelo divórcio, que se tornou a parte ativa no ato de se divorciar, poderá dizer que tem o coração totalmente voltado para Deus e para o que Ele estabeleceu. Viverá para sempre com a marca da dureza do seu próprio coração.
Resumindo, então, o que Jesus ensinou, devemos reconhecer que o divórcio é prática de pecado.
2. O DIVÓRCIO É DESACONSELHADO PELO APÓSTOLO PAULO – 1Coríntios 7:10-16
Para que duas pessoas estejam casadas é necessário que as duas tenham este propósito em seus corações. Não adianta uma pessoa querer cem por cento estar casada e a outra não querer. Ninguém vive junto se não houve mútuo desejo. Ainda mais no casamento. O desejo de permanecerem dentro do que Deus estabeleceu confere forças para a superação de todos os problemas que possam surgir na convivência conjugal.
Infelizmente não é assim quando um dos cônjuges não se importa com os princípios estabelecidos por Deus, nem com a vida familiar, nem com o bem-estar um do outro e dos filhos. Não é assim quando uma parte tem o temor de Deus e a outra parte não tem. Ou quando interesses pecaminosos interferem na vida dos dois ou de um dos dois e os dois não procuram superar. O casamento se vai e o termina por dar lugar ao divórcio.
1. Não deve haver separação – v. 10. Separação física, separação no casamento propriamente dito. Separação física por vontade própria não pode haver no casamento porque o corpo de um pertence ao outro. Separações por necessidades insuperáveis existem, mas por vontade própria não devem existir. A separação física ainda dentro da convivência no lar sempre levará à prática de pecado e à separação definitiva porque haverá sempre tentações por causa da incontinência (v.3-6). Não deve existir separação nem mesmo sob a alegação de um ser crente e outro não, porque no casamento a relação física é santificada (v. 12-14).
2. Se houver separação não deve existir novo casamento – v. 11, 15. Quando se crê que não há possibilidade de convivência e um cônjuge deixa o outro, não deve casar-se novamente. Segundo os ensinamentos de Jesus, isto seria adultério. Por isso o divórcio não pode ser encarado com tanta leviandade, como se fosse uma solução fácil que resolvesse problemas de convivência em um casamento. Eu diria que separar seria fácil, mas ficar sem casar novamente seria muito difícil. Ficar sem um relacionamento seria muito difícil. No entanto, o apóstolo Paulo fala como Jesus, demonstrando que só há uma possibilidade de uma separação e uma libertação. É quando um dos cônjuges não crentes (no caso na sociedade de Corinto havia muita prostituição e degradação moral) insiste em abandonar o casamento. Neste caso o cônjuge crente em Cristo fica livre para um recomeço de vida.
3. A reconciliação é o ideal – v. 11. Não há nenhuma vergonha ou erro em um cônjuge, depois de haver uma separação, buscar a reconciliação no seu casamento. Este é o ideal e é o caminho para a permanência dentro dos princípios divinos para a família. Por mais difícil que seja, por mais que se tenha que abrir mãos de alguns fatores pessoais, de algumas preferências, práticas e comportamentos; por mais que se tenha que buscar uma adaptação mútua, a reconciliação é sempre o ideal. Erros, inconformidades, desencontros, incompatibilidades e tantas outras coisas sempre podem existir na convivência conjugal e podem levar a separações momentâneas, mas a reconciliação será sempre a coroa da convivência entre dois seres que convivem no casamento, que precisam se amar, que precisam desfrutar da convivência até o final da vida.
Pr. Dinelcir de Souza Lima
Pastor da Igreja Batista Memorial de Bangu
Colaborador deste Portal ADBERJ
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